Autor: Bruno Bonavigo
19 de Janeiro de 2024
Não deveria ser surpresa para ninguém que, neste período de Crise na Igreja, muitos católicos apostatam em favor da seita dos gregos, que toma para si o nome de “catolicismo ortodoxo”.
Os motivos que levam tantos católicos são muitos, mas em especial, a falta de estudo, especialmente o catecismo, e deixar levar-se por uma estética, com a falsa impressão de ser superior à liturgia e espiritualidade latina por conta da crise.
Com a inserção de novidades pelo Concílio Vaticano II e a destruição da liturgia com o Novus Ordo Missae, o que havia sobrado da cristandade colapsou, e acabou, infelizmente, fazendo o oriente, cismático, mas que se manteve de certa forma isolado como consequência do bolchevismo, parecer melhor, tanto moralmente quanto litúrgica e espiritualmente. Na realidade, o oriente é oco, apenas estética, nada possuí de doutrina.
Esta seita grega possuí grandes contradições, especialmente quando se considera o que os doutores da Igreja diziam, e isso é evidentemente uma decorrência do motivo que levou ao cisma de 1054, que não foi principalmente por razões teológicas, mas por razões políticas e culturais.
Desde a Grécia Antiga, os gregos desenvolveram uma característica cultural, um sentimento de superioridade, que acabou se agravando com as contribuições gregas para a Igreja no seu início. Os primeiros concílios e os primeiros apologistas vinham do oriente, e isso, infelizmente, ajudou muito a inflar o ego dos orientais.
Em contrapartida, a maioria das primeiras heresias surgiram e se espalharam no oriente. Podemos citar como exemplo o arianismo, montanismo, iconoclasmo, docetismo, adocionismo, monofisismo e o nestorianismo, entre muitos outros.
Do campo político, podemos notar a inúmeras e intensas interferências do imperador bizantino no governo da Igreja do oriente, muitas vezes até favorecendo as heresias, impondo suas opiniões, e até apontando patriarcas, que foi o caso de como Miguel I Cerulário, responsável pelo cisma, chegou ao seu posto.
Muitas das doutrinas gregas contradizem os doutores da Igreja, especialmente os doutores latinos, subestimados por eles. Santo Agostinho defendia a doutrina de primazia romana (Sermão 131,10), embora os gregos tentem distorcer suas palavras para reduzir para uma primazia honorífica, além da doutrina do pecado original. Santo Ambrósio defendia a cláusula Filioque (Sobre o Espírito Santo).
Os problemas e falhas dos gregos (e outros cismáticos) podem ser demonstrados pelos seus frutos. Eles não se preocuparam muito em expandir para fora de seus países, são extremamente divididos (Igreja Ortodoxa Russa x Igreja Ortodoxa Russa no Exílio; Veterocalendaristas; Igreja Ortodoxa Russa x Igreja Ortodoxa Ucraniana).
Além disso, são extremamente submissos às instituições temporais (justamente o motivo pelo qual existem), como a União Soviética, com uma grande suspeita de que o atual patriarca moscovita tenha sido ajudado pela KGB.
É importante recordar que os “ortodoxos” não são amigos nem aliados, como bem mostraram com o Sínodo de Lviv, quando, com auxílio soviético, tentaram fazer os clérigos greco-católicos ucranianos cismarem com Roma, deportando e torturando os que rejeitavam, como o Cardeal Slipyj, que foi proibido de falar mal do comunismo no Concílio Vaticano II.
Não coincidentemente, todos os patriarcados originais que cismaram, hoje estão sob controle islâmico, e deixaram de ser maioria em suas próprias cidades. Que Deus conceda-lhes a graça de verem que vivem no erro, e que eles possam retornar à comunhão com a Santa Igreja.